Conhecer o estoque de madeira e a estrutura das florestas com maior precisão é de fundamental importância para o planejamento das etapas subsequentes da produção florestal. Diante disso, a principal ferramenta para se conhecer esse estoque é o inventário florestal. A saber, com o Mata Nativa é possível processar os dados de campo de inventários florestais, inclusive de florestas plantadas.
O inventário florestal é o procedimento para obter informações sobre as características quantitativas e qualitativas da floresta e suas inter-relações (como as dinâmicas de crescimento e a sucessão florestal). A técnica apresenta como principal objetivo a quantificação do volume ou biomassa de madeira existente em uma determinada área com adequada precisão e custos compatíveis.
Com a evolução da tecnologia e a crescente necessidade de melhorar a qualidade das informações incorporadas aos projetos de manejo florestal, os inventários florestais diversificam as estratégias de coleta de dados, não se limitando a uma simples quantificação de volume de madeira total. Em suma, um inventário florestal pode fornecer outras informações, tais como: estimativas de área, sanidade da floresta, descrição da topografia, mapeamento da propriedade e estimativas de crescimento. De modo geral, os objetivos do inventário determinam os elementos do inventário.
Etapas de um inventário florestal e o Mata Nativa
Um inventário envolve planejamento, atividades de campo e o trabalho de escritório para a realização dos cálculos. Por mais que as atividades em campo exijam um grande esforço físico e muitas vezes nos depararmos com as mais variadas situações, elas não são o maior desafio do processo de inventário. É fácil perceber que a maior dificuldade, principalmente para aqueles que estão começando agora a trabalhar com inventário florestal, são os cálculos. Não existem muitas ferramentas no mercado para auxiliar nesse trabalho. Além disso, trabalhar com planilhas pode ser muito dispendioso, principalmente na inserção das fórmulas e organização dos cálculos.
O Mata Nativa entra nesse cenário como o melhor software disponível no mercado para a realização dos cálculos do inventário florestal. Muitos não sabem, mas também utiliza-se o Mata Nativa para o inventário de florestas plantadas, gerando os resultados de forma rápida e confiável. Com ele é possível trabalhar com diferentes tipos de inventário: amostragem casual simples, amostragem casual estratificada, amostragem casual dois estágios, amostragem casual conglomerado, sistemática em um estágio, sistemática em dois estágios, realização de monitoramento, método de quadrantes e Inventário 100%.
Além da economia de tempo, o Mata Nativa realiza a verificação da consistência dos dados de campo no inventário de florestas plantadas. Isso acontece de forma prática e segura. Além disso, propicia a elaboração de gráficos e relatórios e permite o acesso ao projeto de qualquer computador.
Planejamento do inventário florestal
Antes de iniciar o trabalho de inventário de florestas plantadas, é necessário que se faça o planejamento das atividades do inventário, com a elaboração de um plano de execução.
Primeiramente deve-se definir o tipo de informação a se descobrir a partir do estudo, levantar dados sobre a localização, mapas e levantamentos passados. O tamanho da área, as características gerais da floresta, bem como a disponibilidade de recursos, também são peça chave no início do planejamento.
Depois, define-se o desenho de amostragem, onde se determina as variáveis de interesse, o tamanho das unidades amostrais, o número de parcelas lançadas em campo, o método de seleção das unidades, a precisão requerida e o nível de probabilidade.
Por fim, planeja-se o trabalho de campo: número de equipes de trabalho, procedimentos para a obtenção das informações, equipamentos, ferramentas, transporte, hospedagem e alimentação para a equipe durante as atividades de campo.
Lançamento de parcelas
O tipo de amostragem adotada influencia o lançamento, bem como distribuição das parcelas na área que será inventariada. Se adotar-se a amostragem casual simples ou amostragem casual estratificada, deve-se fazer o lançamento das parcelas no campo de forma aleatória. Se a amostragem for sistemática, não se seleciona pelas leis da probabilidade as unidades que constituem a amostra, mas pelo julgamento pessoal ou sistemático.
As parcelas geralmente têm formato retangular ou circular. Assim, georreferencia-se, por meio de GPS, um dos vértices das parcelas com o formato retangular. A árvore do vértice da parcela é marcada por meio de plaqueta de alumínio ou tinta, nessa marcação é contido o número da parcela. A partir daí faz-se o esquadrejamento e a medição do comprimento e largura da parcela por meio de uma trena. Com o intuito de delimitar a parcela, marca-se as árvores localizadas nos outros vértices. As parcelas com o formato circular são marcadas georreferenciando-se o centro da parcela. A partir daí define-se um raio e as árvores localizadas no limite do raio são marcadas por meio de plaqueta de alumínio ou tinta, nessa marcação é contido o número da parcela.
Variáveis coletadas
As principais variáveis coletadas durante um inventário florestal são o diâmetro à altura do peito (DAP) e a altura total dos indivíduos florestais.
Para medir o diâmetro, geralmente utiliza-se uma suta ou uma fita diamétrica. Devem-se tomar essas medidas a 1,30m do chão, obtendo-se assim, o DAP. Dependendo da escolha do instrumento utilizado, como, por exemplo, a fita métrica, mede-se a circunferência à altura do peito, porém, deve-se converter o CAP (circunferência à altura do peito) em DAP, utilizando-se a relação:
DAP= CAP/ π
Utiliza-se instrumentos denominados hipsômetros para a medição da altura das árvores. Para florestas plantadas, geralmente mede-se a altura de apenas alguns indivíduos da parcela e é comum o uso de equações hipsométricas, onde, mediante modelos de regressão, pode-se estimar a altura das árvores de um povoamento florestal.
Após a coleta do CAP e altura das árvores da parcela é possível estimar o volume de madeira por meio de equações volumétricas ajustadas através da cubagem rigorosa, ou seja, medições de diâmetro ao longo do fuste.
O Mata Nativa Coletor
Durante muito tempo utilizou-se fichas de campo para a anotação das informações coletadas em campo. Esse método traz consigo vários pontos negativos: as fichas voltam sujas, desorganizadas, com diferentes caligrafias e em caso de chuva, essas fichas podem ser inutilizadas. Nesse contexto, o aplicativo Mata Nativa Coletor funciona perfeitamente para evitar todos esses problemas, e além de otimizar o tempo de campo, ele extingue o trabalho de digitação dos dados em planilhas.
O Mata Nativa Coletor também permite saber o erro de amostragem ainda em campo. Essa função é extremamente útil, pois, quando não se alcança o erro, deve-se retornar a campo para o lançamento de mais parcelas, o que gera mais custo, mais trabalho e irá levar mais tempo para a entrega do projeto. Com o Mata Nativa Coletor é possível calcular o erro de amostragem ainda em campo e parar o lançamento das parcelas quando atingir-se o erro.
Utilizando o Mata Nativa Web para realizar os cálculos do inventário de florestas plantadas – Amostragem
A realização dos cálculos com o Mata Nativa para florestas plantadas é um processo muito simples. Basicamente, importa-se os dados e depois de poucos cliques, tem-se todos os resultados.
Na tela inicial do Mata Nativa, basta clicar em “novo projeto”, cadastrar o nome do projeto, escolher um dos métodos de amostragem e clicar em “Criar projeto”.
Ao abrir o projeto, você pode importar os dados de uma planilha previamente preparada. Caso tenha coletado os dados utilizando o Mata Nativa Coletor, pode-se sincronizá-los no passo anterior.
Ao carregar o arquivo da planilha, deve-se associar as colunas da planilha com as colunas do software, verificar as inconsistências, verificar a lista das espécies, informar a área das parcelas e conferir as informações.
Após a importação, clique em “calcular” e vá para a aba “amostragem”.
Ao clicar na aba “amostragem”, abre-se a janela de opções de cálculo. Deve-se preencher: o número de casas decimais, a área total, o erro %, selecionar o nível de probabilidade e o parâmetro (volume, área basal ou número de indivíduos). Além disso, deve-se selecionar a fórmula do cálculo de volume e clicar em calcular.
Pronto! A tela com os resultados da amostragem será exibida.
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Referência bibliográfica
SOARES, Carlos Pedro Boechat; NETO, Francisco de Paula; SOUZA, Agostinho Lopes de. Dendrometria e Inventário Florestal. 2ª. ed. Viçosa: Editora UFV, 2011. 272 p.
Revisado por Thaynara Lopes em 31/11/2023