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Mudanças Climáticas e o Compartilhamento Viral: Qual a Relação?

Por Thalita Geovana Cassiano Ferreira

Em 13 de setembro de 2022
Mudanças Climáticas e o Compartilhamento Viral: Qual a Relação?
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Pesquisas recentes apontam que as mudanças climáticas e o compartilhamento viral se relacionam por aumentar o risco de transmissão de vírus entre as espécies. Isso porque as espécies que vivem isoladas, no futuro, tendem a expandir seu alcance geográfico. Dessa forma, aumentam-se as combinações de vírus e as disseminações. Consequentemente, facilita-se o transbordamento zoonótico (quando o vírus que infecta animais selvagens passa a infectar humanos).

Aproximação da espécie humana à vida selvagem

Sabe-se que o padrão climático do planeta tem se alterado rapidamente. Concomitantemente, os níveis de desmatamento têm aumentado. A saber, esses dois fatores influenciam a distribuição das espécies. O primeiro ponto exige uma adaptação das espécies sobre o ambiente e as condições climáticas. Por consequência, pode-se ter adaptações fisiológicas, bem como aumentar o trânsito entre os seres vivos. Com isso, estima-se que as distribuições geográficas entre as espécies tendem a alcançar cerca de cem quilômetros, ou mais, no próximo século.

Já a partir do segundo ponto, infere-se que o homem interfere no habitat dos animais selvagens. Associado a isso, vive-se um momento de crescimento econômico e demográfico. Dessa forma, tais seres passam a frequentar lugares mais urbanos, ou, pelo menos, suas redondezas. Consequentemente, permite-se a aproximação da espécie humana à vida selvagem. Nesse sentido, aponta-se uma ameaça à saúde global, visto que se potencializa o transbordamento zoonótico. Considera-se a pandemia da COVID-19, ocasionada pelo vírus SARS-CoV-2, o mais recente exemplo.

A partir de modelagens e estimativas, os morcegos serão os maiores compartilhadores de vírus. Tal hipótese é fundamentada pela capacidade de voo desses mamíferos a nível continental, permitindo a circulação dos vírus. Segundo Carlson et al. (2022), espera-se que conduzam a maioria das transmissões virais para novas regiões. Contudo, vale ressaltar que a culpa desse cenário não é dos animais selvagens envolvidos, no caso, aqui, evidenciado o morcego. Matar qualquer tipo de vida selvagem não protegerá os humanos. Ainda, pode agravar a situação. O cerne da questão é o desmatamento e as mudanças climáticas de origem antrópica.

Coleta de dados do inventário florestal utilizando o Mata Nativa coletor

Como as mudanças climáticas favorecem o compartilhamento viral?

Atualmente, estima-se que existem 40.000 espécies de vírus infectando mamíferos. Desses, cerca de 10.000 possuem potencial para infectar humanos. Contudo, o nível de transmissão dos vírus depende da oportunidade e da compatibilidade. Com o advento das mudanças climáticas e aproximação da espécie humana com a vida selvagem, as oportunidades de compartilhamento viral aumentam. Isso porque espécies que não compartilhavam ambientes poderão se encontrar.

O estudo ainda aponta que tais compartilhamentos devem ocorrer em maior escala na África e na Ásia. Inclusive, acredita-se que essa transição entre os vírus já esteja acontecendo. E o pior: o compartilhamento viral não será reduzido, mesmo que seja possível conter o aquecimento global abaixo de 2 °C. A partir disso, prevê-se que até 2070 haverá um total de 15 novos eventos de compartilhamento viral, ocasionado por “primeiros encontros” entre as espécies.

Atuais efeitos das mudanças climáticas na saúde humana

Para além do compartilhamento viral, as mudanças climáticas demonstram relação entre o crescimento de doenças infecciosas ou de caráter não transmissíveis. Também, apresentam relação sobre a severidade dos casos e maior dificuldade de tratamento. De acordo com o estudo realizado por Mora et al. (2022), os riscos climáticos podem potencializar o surgimento de doenças. Considera-se a distribuição geográfica e as mudanças na precipitação associadas a dispersão de vetores, como mosquitos e carrapatos. Além disso, observa-se que o aquecimento em latitudes mais altas possibilita a sobrevivência de vetores e patógenos em ambientes frios. Assim, os surtos tornam-se mais graves. 

Ainda, o autor coloca que as perturbações em habitats ocasionadas por desmatamento, seca, ondas de calor ou tempestades têm gerado aproximação entre os patógenos e as comunidades humanas. O transbordamento de águas residuais por meio de inundações ou tempestades tem fortalecido a transmissão de vírus da hepatite e hantavírus, por exemplo. Por fim, no Ártico, identifica-se a exposição de patógenos com o descongelamento do permafrost. Além do exposto, as mudanças climáticas favoreceram o ciclo de vida dos patógenos por meio do aumento da carga viral, tempo de exposição e reprodução.

Como limitar as mudanças climáticas e o compartilhamento viral?

As consequências das mudanças climáticas influenciam o compartilhamento viral. E não há como romper essa ligação. Contudo, o que pode ser feito é mitigar os fatores que contribuem para esses fatos. A nível individual, pode-se repensar a maneira de consumo e a geração de resíduos. Assim, explora-se menos recursos naturais para produção de novos produtos, mantém as florestas em pé e, ainda, reduz a quantidade de resíduos no planeta – grandes focos de vetores. Sobre o compartilhamento viral, um hábito que deve ser mantido é o uso de máscaras, pelo menos em ambientes fechados. 

Além disso, é importante escolher e acompanhar representantes que levem a sério as pautas ambientais e de saúde pública, para que seja possível seguir soluções a nível federal. Pequenas ações fazem a diferença, no entanto, a urgência da temática demanda soluções coletivas. Para tanto, é necessário o empenho de organizações científicas, econômicas e políticas. O investimento em pesquisa é fundamental para o enfrentamento dessas questões, além dos setores ambientais e de saúde. Ainda, é necessário proteger a vida selvagem e criar estratégias de proteção da natureza para interromper o compartilhamento viral. E, principalmente, é necessário manter a vigilância sobre as doenças das vidas selvagens e possíveis zoonoses.

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Autor(a)

Thalita Geovana Cassiano Ferreira

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), professora de Ciências da rede pública e redatora do Mata Nativa. Guiada pelos pilares da sustentabilidade, acredito que a Educação Ambiental seja a chave para a transformação e formação de cidadãos mais críticos e engajados com as pautas ambientais. Atuei com o desenvolvimento de planos setoriais urbanos e criação de cursos para comunidades tradicionais. Também participei de projetos de extensão, organizações não governamentais e dediquei-me a realizar pesquisas sobre Unidades de Conservação e Educação Ambiental.

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