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A Importância das Fotos no Inventário Florestal

Em 4 de janeiro de 2024

O inventário florestal consiste na atividade de mensuração das características quantitativas e qualitativas da vegetação presente em determinada área. A realização do inventário florestal é crucial para a realização de qualquer empreendimento que envolva vegetação. Para a sua realização é necessário realizar uma identificação botânica precisa e consistente. Assim, pode-se realizar a identificação botânica com uso de características morfológicas, principalmente os frutos e flores. No entanto, muitas vezes as plantas não possuem flores e frutos, sendo necessário recorrer a outras características como folhas, caule, cheiro, textura, coloração. Contudo, algumas características são perdidas ao serem coletadas. Portanto se faz necessário tirar fotos em campo, o que facilita a identificação das plantas. Nesse contexto, qual a importância das fotos no inventário florestal? Abordaremos essa questão ao longo do texto.

Inventário Florestal e a identificação botânica

O inventário florestal é uma prática fundamental no manejo de florestas tanto nativas quanto plantadas, envolvendo a coleta sistemática e análise de dados sobre a composição, estrutura, distribuição e condição das árvores e outras plantas presentes em uma determinada área florestal. Para a realização dessas análises torna-se necessário conhecer as espécies presentes em uma determinada área. Portanto, a identificação botânica desempenha um papel crucial no processo de inventário florestal, pois é a atividade que determina as espécies presentes e permite obter informações detalhadas sobre a diversidade vegetal.

A realização da identificação botânica no inventário florestal permite analisar as condições morfológicas das espécies e assim avaliar a saúde geral da floresta. Tal fato, permite detectar as plantas doentes, danificadas ou invasoras, sendo crucial para o manejo adequado. Logo, o monitoramento de espécies ameaçadas ou invasoras auxilia no desenvolvimento de estratégias de manejo para proteger a biodiversidade e prevenir impactos negativos. Além disso, a identificação botânica contribui para estimar a biomassa florestal e a produção de madeira, uma vez que diferentes espécies têm densidades e características de crescimento distintas. Nesse contexto, o inventário florestal, quando combinado com a identificação botânica, fornece dados valiosos que auxiliam na tomada de decisões informadas para a conservação, manejo e uso sustentável dos recursos florestais.

Perda das características das plantas na coleta botânica

Ao coletar plantas, especialmente em contextos de pesquisa botânica, é importante estar ciente de que algumas características podem ser perdidas ou alteradas durante o processo de coleta. Assim, a cor e a textura das partes da planta podem se alterar ou desvanecer após a coleta. Portanto, as flores coloridas podem perder sua pigmentação, e as folhas podem mudar de cor ou textura. Além disso, a turgidez das células da planta, que fornece seu aspecto natural, pode ser perdida quando a planta é prensada e secada. As plantas frequentemente murcham e perdem parte de sua forma original.

Algumas plantas possuem aromas característicos que podem ser perdidos ou alterados após a coleta e secagem. A saber, óleos voláteis responsáveis pelos aromas podem evaporar. Ao coletar plantas, muitas vezes é importante registrar informações contextuais, como o habitat específico, a associação com outras espécies e interações ecológicas. Essas informações contextuais podem ser perdidas se não forem documentadas adequadamente. Para mitigar essas perdas, os botânicos e pesquisadores frequentemente usam técnicas específicas de coleta, prensagem e preservação para manter as características das plantas da melhor forma possível. Ademais, é crucial documentar informações detalhadas sobre a planta e seu ambiente para garantir uma representação mais completa, principalmente com a utilização de fotos e anotações.

A importância da utilização de fotos na identificação botânica

A importância da utilização de fotos na identificação botânica para o inventário florestal é uma prática valiosa e cada vez mais comum devido aos avanços tecnológicos. Em certas ocasiões as características das plantas são perdidas ao serem coletadas e transportadas para o laboratório. Assim, as fotos são o único registro de certas características. Além disso, as fotos servem como uma documentação visual das características morfológicas das plantas. Portanto, permitem capturar detalhes que podem ser difíceis de descrever apenas com palavras. Por outro lado, as fotos proporcionam aos especialistas em identificação botânica uma visão mais precisa da planta. Tal fato, é particularmente útil quando as características chave são visuais e não podem ser completamente descritas em uma descrição textual.

Além de fotografar a planta em si, tirar fotos do ambiente circundante e do habitat é crucial. Assim, a prática fornece informações adicionais para a identificação, especialmente quando certas plantas estão associadas a condições específicas do solo, luz ou outros fatores ambientais. Ademais, facilmente pode-se compartilhar as fotos entre pesquisadores, botânicos e especialistas em todo o mundo. Dessa forma, facilita a colaboração e o compartilhamento de conhecimento, contribuindo para bancos de dados e iniciativas de ciência cidadã. Por fim, a identificação correta demanda uma grande quantidade de informações, que se torna a atividade mais difícil e importante do inventário florestal. As fotos proporcionam informações essenciais para identificação, e contribuem significativamente para a identificação botânica adequada.

Como realizar a identificação botânica com uso de fotos

A importância das fotos na identificação de plantas no inventário florestal é fundamental. Nesse sentido, existem algumas estratégias que podem facilitar o processo. A primeira é tirar fotos claras e nítidas da planta, capturando diferentes partes, como folhas, flores, frutos e caules. Além disso, é importante tirar fotos de diferentes ângulos para fornecer uma visão abrangente da planta. Dessa forma, as fotos podem incluir o perfil da planta, a parte de cima, de baixo e específicas da planta. Outro ponto é detectar características distintivas da planta, como a forma das folhas, padrões de veias, flores únicas, espinhos, casca ou qualquer outra característica única. Portanto, quanto mais detalhes tiver da planta estudada, melhor será a chance de identificação.

Com as fotos capturadas, pode utilizar em aplicativos de identificação botânica, comunidades ou realizar a troca com outros especialistas em identificação. Nesse sentido, existem aplicativos móveis que utilizam tecnologia de reconhecimento de imagem para identificar plantas a partir de fotos. A saber, esses aplicativos geralmente combinam inteligência artificial com a contribuição de comunidades de usuários e especialistas para melhorar a precisão. Além disso, existem diversos guias de identificação online que permitem que comparar as fotos com imagens de plantas conhecidas. Por fim, pode-se compartilhar as fotos em fóruns ou comunidades online dedicadas à identificação de plantas.

Mata Nativa

O Mata Nativa é uma plataforma online que permite o cálculo de parâmetros para o inventário florestal e o estudo da fitossociologia. A plataforma pode ser acessada pelo domínio: https://web.matanativa.com.br/. Por meio do Mata Nativa, com poucos cliques pode-se obter toda a análise do inventário florestal. Além disso, a plataforma é online dispensando o download de aplicativos no notebook. Ademais, o Mata Nativa disponibiliza um aplicativo para dispositivos móveis em Android, chamado Mata Nativa Coletor. Com aplicativo pode-se realizar as anotações das plantas em campo, bem como inserir fotos das plantas no aplicativo.

Fotos no Mata Nativa

O Mata Nativa está sempre inovando para auxiliar os usuários na prática do inventário florestal. Assim, o Mata Nativa disponibiliza a inserção de fotos nos projetos de inventário florestal. Em campo, pode-se capturar as fotos das plantas, e das suas características que seriam perdidas no transporte. Dessa forma, pode-se distinguir as fotos por espécie, bem como as características morfológicas. Com a plataforma, pode-se distinguir se as fotos são de flor, fruto, árvore total, raiz, copa, tronco e ramo. Portanto, pode-se registrar e separar todas as fotos com o Mata Nativa Coletor, de acordo com o tipo de característica morfológica e espécie.

Além disso, é importante destacar que todas as informações inseridas no aplicativo são também disponibilizadas na versão online. O Mata Nativa possui todos dados salvos na nuvem, que permite o compartilhamento de informações entre os membros do inventário florestal. Assim, pode-se visualizar as fotos capturadas em qualquer computador e em qualquer momento. As informações e imagens salvas na nuvem, facilita no momento da identificação, principalmente quando o usuário realiza em outros ambientes como herbários, ou conversas com especialistas.

A importância do uso de fotos na identificação botânica no inventário florestal é crucial, pois torna mais acessível ao público em geral. Desse modo, pode-se compartilhar as fotos com as pessoas interessadas em identificar plantas, que podem participar ativamente na identificação usando aplicativos ou consultando comunidades online. O Mata Nativa está ativamente colaborando nessa missão. Com o aplicativo Mata Nativa Coletor pode-se utilizar as fotos para a identificação e consequentemente coletar informações que poderiam ser perdidas. A saber, embora as fotos sejam extremamente úteis, é importante observar que algumas características, especialmente aquelas que exigem análises mais detalhadas (como características microscópicas), podem não ser totalmente capturadas por fotos e podem requerer métodos adicionais de coleta e preservação.

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Autor(a)

Engenheira e Mestre em Engenharia Florestal, atualmente doutoranda em Ecologia Aplicada. Possui experiência em Florestas de Mogno, onde tive o prazer de conhecer desde o plantio até o manejo das florestas e o consórcio do Mogno com café em áreas áridas do Norte de Minas. Além disso, tenho conhecimento em inventários florestais em diversas fitosionomias de Cerrado e coleta de informações funcionais de espécies e do solo na Mata Atlântica em fitosionomias Mistas e alagadas. Atuo no mapeamento remoto por meio do geoprocessamento de áreas da Mata Atlântica. Tenho interesse, principalmente, nas temáticas de conservação da biodiversidade, dinâmica da vegetação, mapeamento do uso e cobertura do solo, modelagem ecológica e estocagem de carbono.
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