Inventários Florestais são atividades complexas, que demandam a colaboração de várias pessoas em diversas etapas durante a sua execução. Dessa forma, o gerenciamento de equipes na hora de realizar um inventário florestal é parte essencial para o êxito dessa atividade. Mas, você sabe por onde começar a gestão de pessoas? Nesse texto, separamos algumas dicas de como gerenciar equipes de campo em um Inventário Florestal que com certeza irão te auxiliar no sucesso do seu projeto!
Partindo do princípio: estruturando a sua equipe de campo
Antes de mais nada, para estruturar uma equipe de campo, você precisa começar pelo planejamento do seu Inventário Florestal. É nessa etapa que o perfil dos colaboradores que irão compor a sua equipe será avaliado. O Responsável técnico, ou RT, é o profissional que pode, legalmente, estruturar e gerenciar equipes de campo em um Inventário Florestal, como também conduzir as atividades pré campo, o planejamento e o pós-campo.
Lembrando que os profissionais habilitados a exercerem o papel de RT são os Engenheiros Florestais, Agrônomos e Biólogos.
O tamanho e o grau de experiência de uma equipe de campo variam, principalmente, em função do tipo de inventário e do tamanho da floresta.
Inventários de florestas plantadas, por exemplo, em geral não demandam equipes altamente especializadas, pois a coleta de dados é mais simples, conhecida e padronizada. Por outro lado, em inventários de florestas nativas, é imprescindível que haja membros da equipe com conhecimento robusto da região e da floresta que será inventariada.
Essas características são mapeadas na etapa de dimensionamento de equipes, que está associada ao orçamento, cronograma e prazo de execução do seu projeto.
Exemplo de equipe de campo
Para te auxiliar nessa etapa de dimensionamento de equipes, vamos ver um exemplo básico de equipe de campo?
Na nossa equipe fictícia, composta por Engenheiros Florestais e outros tipos de profissionais capacitados para realizar um Inventário Florestal, dividimos as atribuições de cada um da seguinte maneira:
- Líder de equipe: é o responsável por realizar o planejamento operacional e coordenar a equipe.
- Sub-líder: irá operar o GPS ou bússola, elaborar o croqui de ponto central, entre outras atividades.
- Técnico I: técnico ou ajudante florestal que irá instalar as subparcelas, medir as alturas e diâmetros à altura do peito (DAP) das árvores.
- Técnico II: auxiliar de campo que irá realizar a identificação da sanidade das árvores e realizar registros fotográficos.
Após estruturar a sua equipe de acordo com o planejamento do seu Inventário Florestal, é hora de ir a campo!
Mas, antes disso, vamos conferir algumas dicas de como gerenciar equipes de campo?
Planejando as atividades da equipe de campo
Antes de iniciar os trabalhos em campo, é necessário planejar as atividades, estabelecendo as metas que se deseja alcançar e os prazos de execução. Para tanto, a distribuição de tarefas específicas para cada colaborador contribui para otimizar o tempo e manter a produtividade da sua equipe em alta. Quando uma equipe operacional deixa de ser eficiente, recursos são desperdiçados, impactando no resultado financeiro do seu projeto.
Pontos que não podem faltar no seu planejamento prévio no que diz respeito às equipes de campo são: ordens de serviço, atribuições e responsabilidades de cada um, deslocamento dos colaboradores até o campo, entre outros.
Como Inventários Florestais podem levar vários dias para serem executados, cada membro da equipe precisa estar bem treinado e consciente do seu papel.
Dessa maneira, é possível minimizar imprevistos, ineficiências e até mesmo acidentes de trabalho. Antes de ir a campo, é de fundamental importância, portanto, garantir que cada profissional da equipe esteja capacitado e seguro para desempenhar as suas atribuições.
Preparando a equipe de campo
Uma vez que a equipe está estruturada e as atividades planejadas, é importante que o líder compartilhe previamente com todos o planejamento do inventário em questão: qual o tipo de floresta, a localidade, medidas de segurança, data de início, data prevista de finalização, condições da floresta, idade, tamanho das equipes e subequipes, animais mais comuns, planos de fuga e estratégias de emergência.
Isso aumentará o engajamento da equipe, a qualidade da atividade, e garantirá ações rápidas em situações inesperadas – fatores cruciais em atividades de campo. Portanto, treinar a equipe para cada trabalho de campo é essencial para o sucesso do projeto como um todo. Outra sugestão é sempre investir em treinamentos, orientações, atualizações e cursos para os colaboradores, estratégias interessantes para garantir a produtividade da sua equipe em alta!
Outro ponto de extrema atenção é sempre checar os equipamentos antes de ir a campo! Já imaginou chegar ao local de trabalho e se dar conta que o GPS está descarregado? Detalhes como esse podem impactar até mesmo no número total de dias em campo – o que representa mais risco e mais custo.
Tecnologia no campo
Para a realização de um Inventário Florestal, algumas ferramentas são necessárias. Podem ser equipamentos indo dos mais básicos, como: fita, suta e prancheta com fichas de campo, até mais tecnológicos, como: suta digital, hipsômetro, GPS, tablets, softwares e drones florestais.
Atualmente, contamos com muitas tecnologias que podem facilitar e agilizar o trabalho das equipes de campo, como também trazer mais precisão ao trabalho realizado. Um exemplo disso, é o Mata Nativa Coletor, aplicativo que pode ser instalado em celulares ou tablets, que visa facilitar e organizar a coleta de dados em campo. Essa é uma estratégia interessante para otimizar o trabalho da sua equipe!
Comunicação: a chave do sucesso para gerenciar equipes de campo
Após a execução das etapas mencionadas até aqui, é hora de ir para onde a magia acontece: no campo!
A primeira atividade, diária e rigorosa, é fazer um DDS – Diálogo Diário de Segurança com a equipe. O objetivo é repassar as medidas de segurança, relembrar algumas especificidades da floresta e sentir o clima da equipe. Após o DDS, as equipes devem ser direcionadas, conforme planejamento já compartilhado anteriormente, para a realização de cada atividade.
Para facilitar a comunicação entre as equipes, é interessante que cada grupo de pessoas que se afastar do grupo maior (subequipes) carregue consigo um rádio de comunicação, repassando reports frequentes para acompanhamento das rotinas, bem como para atendimento de emergências. Importante salientar que o número de rádios e subequipes já deve estar determinado no planejamento do inventário.
O líder de campo também é o responsável por determinar as pausas e momentos de descanso, tanto os determinados por lei (almoço, interjornadas), quanto os esporádicos.
Dessa forma, é imprescindível que ele esteja sempre próximo das subequipes e, sempre que possível, reveze entre uma e outra, visando acompanhar o máximo de atividades e garantir que seus liderados estejam bem assistidos.
Falando em alimentação, também faz parte do planejamento alinhar os pontos e horários de alimentação. Dependendo de onde o inventário é realizado, a alimentação é feita em campo. Idem para estadias, no caso de projetos realizados fora da área de moradia dos colaboradores das equipes de campo.
Diálogo leva a uma liderança mais humanizada
Inventários Florestais podem ser cansativos e estressantes. Por isso, é essencial manter o clima da equipe o mais cordial possível. Evitar discussões desnecessárias sobre temas polêmicos, ou conflitos, pode ser a diferença entre um trabalho de sucesso e uma experiência traumatizante.
Seguindo essas dicas de como gerenciar equipes de campo, a realização do seu Inventário Florestal se tornará mais leve e eficiente! Bom trabalho!
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