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O Cerrado e as Áreas Úmidas

Por Natielle Gomes Cordeiro

Em 16 de fevereiro de 2023
O Cerrado e as Áreas Úmidas

Vegetação com troncos tortuosos e casca grossa, raízes profundas. Solos pobres e ácidos. De fato, ao caracterizar o domínio Cerrado, estas são as principais definições encontradas. Contudo, o domínio é muito mais que este retrato exposto. O Cerrado é um importante domínio brasileiro que atua na provisão dos mais diversos serviços ecossistêmicos. Comprovadamente, o domínio atua como sumidouro de carbono, fornece produtos madeireiros e não madeireiros, além de ser o berço de importantes bacias hidrográficas. Ainda que de grande importância para a manutenção da vida na Terra, as áreas de Cerrado vêm sofrendo com as pressões antrópicas. A exemplo, o desmatamento e a diminuição das áreas úmidas são pontos preocupantes. Mas, qual a relação entre o Cerrado e as áreas úmidas?

Sobre o Cerrado

O Cerrado é o segundo maior domínio brasileiro, ficando atrás apenas da Floresta Amazônica. Caracterizado como a maior savana neotropical do mundo, o Cerrado apresenta um mosaico de vegetação. Em suma, as fitofisionomias presentes no domínio vão de formações campestres, savânicas à florestais. Assim, as plantas que compõem este domínio podem ser arbóreas, herbáceas, arbustivas e cipós.

Lar para uma diversidade de espécies animais e vegetais, muitas destas endêmicas, o domínio também atua na provisão de bens e serviços para o ser humano. A saber, diversas espécies possuem fins medicinais e alimentício. Como exemplo, tem-se a cagaita, jatobá, barbatimão, pequi, mangaba, baru, graviola, dentre outros.

Em função da rica biodiversidade que abriga, alto grau de endemismo, grau de degradação e ameaça ambiental, o Cerrado é considerado um hotspot mundial para conservação. Em outras palavras, apesar da sua importância ecológica, ambiental e econômica, o Cerrado vem sendo alvo de fortes pressões antrópicas nas últimas décadas. Assim, devido a demanda por produtos, altos índices de desmatamento e uso desenfreado dos recursos são identificados. Portanto, compreender a dinâmica da vegetação é de grande relevância.

Biomas do Brasil

Cenário do domínio

Apesar da importância que esta formação vegetal possui, a sua conservação e manutenção tem sido negligenciada. De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), o desmatamento de áreas do domínio em 2022 superou os dados de 2021, sendo aproximadamente 20% maior. A saber, as regiões com maior índice de desmatamento se encontram principalmente em áreas privadas, assentamentos e áreas protegidas.

O Cerrado abrange uma área de aproximadamente 2 milhões de km2 e se faz presente nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia, Maranhão, Piauí e São Paulo.

Dos estados supracitados, o maior índice de desmatamento está concentrado na região MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Esta região se caracteriza por ser a principal fronteira agrícola do domínio.

Qual a explicação para esse forte desmatamento no MATOPIBA?

A conservação, proteção e manutenção dos recursos naturais é dever de todos: poderes públicos, privados e sociedade. Seja de forma direta ou indireta, todos possuem a capacidade e possibilidade de promover iniciativas de conscientização atreladas ao uso destas áreas. Contudo, em função das práticas de exploração predatória das formações vegetais, em muitos casos se fazem necessárias o estabelecimento de normas, fiscalizações e diretrizes que levem a punições de quem pratica o contrário à conservação dos recursos naturais.

No caso da região MATOPIBA, estas estratégias não vêm sendo postas em foco e prática. Fatores como o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização e a falta de políticas públicas para conservação e boas práticas agropecuárias estão dentre os principais responsáveis pelo posto de estados que mais apresentam perda na vegetação nativa do Cerrado. Além disso, cabe destacar que, o MATOPIBA é uma região que apresenta a maior conversão direta de áreas de vegetação nativa para uso agropecuário, isto é, mudanças de uso da terra.

Potencial aquífero do Cerrado

O Cerrado, como supracitado, apresenta um elevado potencial aquífero. O domínio apresenta buritizais e veredas, lagoas efêmeras, nascentes, rios e riachos, parte destes responsáveis pela formação das principais bacias hidrográficas do país. Em suma, o Cerrado, a caixa d’água do Brasil, abastece as bacias Amazônica, Araguaia (Tocantins), Atlântico Norte (Nordeste), São Francisco, Atlântico Leste e Paraná (Paraguai).

Ademais, ressalta-se que os grandes aquíferos Bambuí, Urucuia e Guarani dependem da recarga advindas da região do Cerrado.

Áreas úmidas

As áreas úmidas, encontradas em todos os tipos de ecossistemas, apresentam-se como primordiais para a manutenção da diversidade de plantas, animais e microrganismos na área. Em síntese, estas áreas possuem uma biodiversidade extremamente rica, mas são também muito vulneráveis às ações antrópicas.

Grosso modo, define-se áreas úmidas como sendo ambientes permanente ou periodicamente inundados ou com solos encharcados. Tais características conferem à estas regiões um importante papel no ciclo hidrológico e, consequentemente, na provisão de água para a flora, fauna e seres humanos que se encontram no entorno da área.

No Cerrado, como já destacado ao longo do texto, estas áreas são essenciais, visto que o domínio possui relevância para recarga hídrica de diversas regiões do país. A saber, as áreas úmidas no domínio se destacam durante as estações secas, uma vez que atuam garantindo a dinâmica da biodiversidade.

As áreas úmidas, que são ecossistemas complexos, no Cerrado ocorrem em áreas em que o lençol freático se encontra próximo à superfície. Assim, destaca-se as veredas e os campos úmidos como os ambientes úmidos particulares do domínio.

Importância das áreas úmidas

Além da manutenção da biodiversidade e ciclo da água, estas áreas atuam diretamente na regulação das mudanças climáticas. Ademais, as áreas úmidas garantem a produção de alimentos, são responsáveis por promover o controle de inundações e secas, estabilização da costa, dentre outros.

As ações humanas, realizadas de forma inconsciente, possuem impacto direto na manutenção das áreas úmidas. A saber, o desmatamento pode ser apontado como um dos responsáveis pela diminuição dos recursos hídricos no domínio.

No Cerrado, as áreas úmidas abrangem uma extensão de 6 milhões de hectares. Contudo, de acordo com os dados do MapBiomas, o domínio perdeu 970 mil hectares de vegetação de áreas úmidas.

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Impactos da perda em áreas úmidas

É inegável o quanto as áreas úmidas do Cerrado contribuem para o desenvolvimento social e econômico das regiões em que estão inseridas. Contudo, estas áreas vêm perdendo espaço para as mais diversas atividades desenvolvidas pelo homem.

A saber, as comunidades ribeirinhas, pescadores e barranqueiros fazem uso destas áreas para o extrativismo. Em outras palavras, as áreas úmidas são fonte de subsistências para estas comunidades. Assim, a instabilidade nesses ambientes impacta diretamente estas pessoas. Por outro lado, no âmbito da agricultura, a diminuição das áreas úmidas também apresentam impacto, uma vez que estas são utilizadas na irrigação.

No contexto de mudanças climáticas, alterações no equilíbrio cíclico das áreas úmidas, há uma forte tendência do aumento de gases do efeito estufa, como o metano. Este comportamento implica em uma situação contrária ao que se espera, a atuação das áreas como sumidouros de carbono.

O Cerrado e as mudanças climáticas

As formações vegetais possuem grande relevância na atuação como sumidouros de carbono. Em outras palavras, estas áreas atuam no sequestro de gás carbônico, promovendo assim o combate às mudanças climáticas.

No Cerrado, o panorama não é diferente. O domínio tem papel fundamental na estocagem de carbono, tanto acima quanto abaixo do solo, isto é, nas raízes das plantas e nos próprios solos.

Importância do Cerrado

Comumente, encontramos diversas reportagens e estatísticas retratando o cenário das grandes florestas, como a Floresta Amazônica. No entanto, o planejamento no que diz a conservação e manutenção do Cerrado ainda passa despercebido. Para se ter noção, no mês de janeiro de 2023, o Cerrado registrou mais que o dobro do desmatamento da Amazônia.

O dia do Cerrado é comemorado no dia 11 de setembro. Mas seria realmente esta a única oportunidade para promover a conscientização quanto a importância do domínio? Você já parou para pensar na importância que este domínio possui? Já se deu conta que muitos dos produtos que estão na sua rotina vem do Cerrado? O que podemos fazer para melhor gerir o Cerrado e prover a sua conservação e manutenção? Deixe nos comentários a sua opinião sobre a temática.

Links relacionados

  • Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado
  • MapBiomas

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Autor(a)

Natielle Gomes Cordeiro

Engenheira Florestal, redatora, mestre e doutora em Engenharia Florestal. Apreciadora da natureza e apaixonada pela ciência. Ao longo dos últimos anos, tenho trabalhado com inventário, manejo e biomassa florestal, estimativa de carbono e seus direcionadores, assim como na avaliação da dinâmica florestal. Atuei no levantamento de informações qualitativas e quantitativas em floresta natural de pinus (Idaho/EUA), bem como em vistorias ambientais em empresas produtoras de carvão vegetal e recuperação de áreas degradadas. Sou apaixonada por conteúdos sobre meio ambiente, com foco em conservação e preservação dos recursos naturais, dinâmica florestal e estoque de carbono. Amo trocar experiências e acredito que este seja o melhor caminho para o crescimento profissional e pessoal.

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